quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Quais são as principais propriedades da cafeína?

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Evidências científicas sugerem que o consumo moderado de cafeína pode exercer efeitos benéficos sobre vários sistemas fisiológicos. Uma revisão bibliográfica publicada em 2010 destacou que o consumo moderado (200-300 mg) da cafeína possui as propriedades de:

1) Diminuir a fadiga mental;
2) Aumentar o gasto energético de repouso;
3) Diminuir a sensação de esforço associado à atividade física;
4) Melhorar o desempenho físico, motor e cognitivo;
5) Aumentar a capacidade de concentrar e focar a atenção;
6) Reforçar a memória de curto prazo;
7) Aumentar a capacidade de resolver problemas que requerem raciocínio;
8) Aumentar a capacidade de tomar decisões;
9) Melhorar a coordenação neuromuscular.

Pesquisa confirmou uma destas propriedades quando observou que após 20 minutos do consumo de 100 mg de cafeína, indivíduos saudáveis apresentaram aumento da atividade neural em áreas cerebrais associadas com a atenção durante a execução de atividades que exigiam o uso de memória de curto prazo como, por exemplo, armazenar número de telefone por alguns minutos.

A cafeína (1,3,7-trimetilxantina) pertence a uma classe de compostos chamada xantina que apresenta estrutura química semelhante ao neurotransmissor adenosina. Esta substância possui ação farmacológica sobre o sistema nervoso central, pois pode aumentar a eficiência das redes neurais do córtex cerebral.

Existem relatos que devido a sua estrutura química ser semelhante a adenosina, a cafeína pode potencializar a neurotransmissão pós-sináptica no sistema nervoso simpático e, com isso, estimular o aumento do gasto energético.

Este efeito foi observado em um estudo científico em que homens saudáveis tiveram aumento significativo do gasto energético após 30 minutos da ingestão de cafeína em dose superior a 50 mg. Este efeito persistiu por pelo menos 4 horas, aumentando em 6% no gasto energético de repouso total.

Em um estudo duplo-cego, randomizado e controlado, mostrou que o consumo de 100 mg de cafeína, 2 horas e meia antes da atividade física, melhorou o desempenho de ciclistas.

Entretanto, cabe ressaltar que o consumo excessivo de cafeína pode causar efeitos adversos, como irritabilidade, dores de cabeça, insônia, diarreia e palpitações do coração.

Dieta e atividade física reduzem fatores de risco em obesos graves

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Pesquisadores norte-americanos publicaram na revista científica JAMA (Journal of the American Medical Association) um estudo que determinou a eficácia da perda de peso através de intervenções intensivas na dieta e atividade física. Os resultados obtidos permitem concluir que a intervenção na dieta combinada com atividade física inicial ou tardia resulta na perda de peso significativa, além de mudanças favoráveis nos fatores de risco cardiometabólicos em indivíduos com obesidade grave.

O tratamento não cirúrgico de indivíduos obesos, especialmente em relação às mudanças do estilo de vida, é muitas vezes ineficaz por dificuldade de adesão das mudanças propostas. Com isso, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos de uma intervenção intensiva do estilo de vida sobre a perda de peso em adultos com obesidade grave.

Trata-se de um ensaio clínico randomizado e cego, realizado entre 2007 a 2010 na Universidade de Pittsburgh. Foram recrutados 130 indivíduos com idades entre 30 a 55 anos e apresentando obesidade grave. Esta classificação foi definida através do índice de massa corporal entre 35 e 39,9 kg/m2 para a obesidade grau II e ≥40 kg/m2 para a obesidade grau III.

Os participantes foram divididos em: grupo 1 (atividade física inicial), que recebeu intervenções na dieta e atividade física durante os 12 meses de estudo, e grupo 2 (atividade física com atraso) teve a mesma intervenção da dieta do grupo 1, entretanto, teve início da atividade física apenas seis meses após o início da intervenção.

A dieta dos pacientes envolvidos no estudo foi ajustada para fornecer um aporte energético reduzido, que variou de 1200 a 2100 kcal/dia, com base no peso corporal inicial. Os macronutrientes foram distribuídos de modo a ofertar 20% a 30% de lipídios, 50% a 55% de carboidratos e 20% a 25% de proteína. A atividade física prescrita teve nível moderado, com caminhadas de 60 minutos, cinco dias por semana.

Dos 130 participantes randomizados, 101 (78%) completaram os 12 meses de avaliações. Embora ambos os grupos tenham perdido quantidades significativas de peso em seis meses, o grupo 1 perdeu mais peso (média de 10,9 kg) em comparação com o grupo 2 (média de 8,2 kg, p = 0,02). Entretanto, a perda de peso ao final dos 12 meses, foi semelhante nos dois grupos. Também foi observada redução na circunferência da cintura, gordura abdominal, gordura hepática, pressão arterial e resistência à insulina em ambos os grupos.

“Nossos resultados indicam que esta abordagem não-cirúrgica pode ser eficaz no tratamento da obesidade grave. Fica evidente que a atividade física deve ser incorporada no início de qualquer abordagem de restrição alimentar, para induzir perda de peso, além de reduzir a esteatose hepática e gordura abdominal. Estudos adicionais são necessários para determinar a eficácia em longo prazo e o custo-efetividade de tais abordagens”, concluem os autores.

Referência(s)

Goodpaster BH, Delany JP, Otto AD, Kuller L, Vockley J, South-Paul JE, et al. Effects of diet and physical activity interventions on weight loss and cardiometabolic risk factors in severely obese adults: a randomized trial. JAMA. 2010;304(16):1795-802.