domingo, 1 de agosto de 2010

Nutrição parenteral enriquecida com óleo de peixe é benéfica no pós-operatório

Metanálise demonstrou que emulsões enriquecidas com óleo de peixe (OL) foram seguras e efetivas na redução do tempo de internação hospitalar (diferença de –4,65 para –1,31; p<0,001), permanência em unidade de terapia intensiva (UTI, diferença de –3,04 para –0,56; p=0,004), diminuição dos riscos de infecções (p=0,04), aumento dos níveis plasmáticos de ácidos graxos poliinsaturados (PUFA), nas enzimas hepáticas (aspartato aminotransferase, alanina aminotransferase; p<0,001) e no alfa-tocoferol (de 12,65 para 18,22; p<0,001) sanguíneos em pacientes submetidos a cirurgias abdominais. Os autores selecionaram 13 artigos controlados e aleatórios de alta qualidade, publicados entre 1996 e 2008, envolvendo 892 pacientes submetidos a cirurgias abdominais de grande porte que receberam NP padrão (com lipídios convencionais) em comparação com NP enriquecida com OL. Dosagens de OL entre 0,07 e 0,225 g/kg de peso corporal/dia foram bem toleradas e diminuíram significativamente o tempo de internação hospitalar na maioria dos pacientes incluídos neste trabalho. Apenas um estudo, que utilizou 20 g/dia de OL durante o 3º a 5º dias do pós-operatório não encontrou diferenças significativas na internação hospitalar e em UTI entre os dois grupos. “O alfa-tocoferol é um dos antioxidantes mais efetivos. Deste modo, emulsões enriquecidas com OL são suplementadas com diferentes concentrações de alfa-tocoferol. No 6º dia de pós-operatório, o alfa-tocoferol plasmático aumentou significativamente nos pacientes que receberam OL. Portanto, a administração desta emulsão lipídica pode resultar na circulação em quantidade desejável de alfa-tocoferol, contribuindo para o estado antioxidativo adequado destes pacientes no pós-operatório”, explicam os autores. Em relação aos níveis de PUFA nos fosfolipídios plasmáticos foram encontradas diferenças significativas. quanto ao ácido eicosapentaenóico (EPA, diferença foi de 1,82 para 4,39, p>0,001) e ácido docosahexaenóico (DHA, diferença de 0,38 para 2,79, p=0,01), mas não quanto ao ácido araquidônico (AA, diferença de -0,24 para 0,47, p=0,51), entre o grupo que recebeu emulsão lipídica com OL e o grupo que recebeu emulsão lipídica padrão).


“Uma das limitações desta meta-análise foi que nenhum estudo determinou o melhor momento para o início do tratamento com emulsões enriquecidas com OL”, argumentam os pesquisadores.

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